texto e fotos de Antonio Novato @ladodireitodopalco
Aniversário de São Paulo e a cidade estava quente de opções para quem gosta de shows.
A escolha estava entre ver a banda Crypta na Casa de Cultura Butantã ou Dead Fish no Tendal da Lapa. Ambos gratuitos. Um presente para quem mora em SP.
Escolhi por pegar o bus 856R-10 LAPA e ver o que iria acontecer no Tendal.
O ônibus estava com catraca liberada, que desde dezembro tem gratuidade aos domingos. Eu mesmo não sabia disso e quase paguei a tarifa.
Dentes amarelos no Labirinto da Memória
O Tendal da Lapa é um daqueles lugares que dá vontade de ficar na frente respirando e sentindo cada espaço. Faltavam poucos minutos para o show começar e mesmo assim o lado de fora estava lotado. Pessoas de todas as gerações. Aquele esquenta responsa, papo rolando e cerveja gelada.
Logo que você entra no espaço cultural um grande mural do lado esquerdo te recebe com uma homenagem inspiradora aos ícones no Punk nacional que já não estão mais fisicamente por aqui. Redson, Tina e Donald seguem vivos assim como o Punk, que nunca morre.
Sigo o corredor de entrada atravessando no meio da galera para chegar o mais rápido na frente do palco.
Iremos falar mais vezes em outros momentos sobre o Tendal da Lapa. Mas se rolar um show lá, vá. Pois vale a pena.
O Dead Fish estava previsto para subir no palco às 17:00.
16:59 já iniciam os tradicionais e carinhosos gritos de “Ei DEAD FISH, VAI TOMAR NO C*” demonstrando que a crew DF está lá presente e ANSIOSA para ver as novas músicas do disco Labirinto da Memória ao vivo.
Poucos dias separavam entre o lançamento no disco e o primeiro show do ano, mas as conversas e dissecação do álbum por parte dos fãs foi exemplar. Entender cada letra, comparações das melodias com os demais trabalhos e a análise dos símbolos presentes na capa e qual música cada um representa.
Aquele fim de tarde prometia muito.
O anúncio é feito e banda SOBE ao PALCO com Adeus Adeus e a MÁGICA se faz. A roda abre. A energia sobe. O caos organizado acontece.
Quando Rodrigo inicia seus vocais a impressão é que estamos ouvindo uma música já há muito tempo conhecida. A crença e os gestos totalmente visíveis colocam os jovens em constante movimento. Todos conhecem a letra do novo som.
O set dá sequência em diversas fases da banda. Sonho Médio, Zero e Um. Dentes Amarelos já se monstra um hit, assim como 49.
Impressionante é ver Dead Fish no palco. Impressionante é ver o público do Dead Fish no mosh. Impressionante ver a dedicação em cada música.
O microfone falha algumas vezes assim como as caixas de som parecem não suportar tamanho barulho melódico saindo da guitarra do Ric. Ou os socos das baquetas do Marcão na pele da batera. Igor parece estar em transe em seu baixo, sentindo cada nota.
E o Rodrigo pula. Mais alto que seus 50 anos. Pouco importa a idade. A energia está lá presente.
O show não tem respiro. Não tem pausa. Não tem música lenta. Todos cantam juntos e homens e mulheres voam por nossas cabeças. Mesmo quem está no fundo, na “curva” do Tendal está agitando. Mais de uma roda é aberta. Poucos estão filmando com celulares (o que é um respiro para quem curte shows).
Porém o celular se torna protagonista no final do evento quando muitos percebem terem sido furtados. Infelizmente um show gratuito acaba atraindo pessoas com má intenção. Essa má intenção não tirou o brilho do show que termina com VOCÊ, AFASIA e BEM-VINDO AO CLUBE.
Com suor e sorrisos todos voltam parabenizando a cidade por seus 470 anos.
Dead Fish | Tendal da Lapa - São Paulo
25.01.24
! a banda tocou novamente no dia 26 (sexta feira) no Tendal, mas neste dia escolhemos ver VARUKERS no Sesc Belenzinho. Logo posto algo aqui sobre esse show também. !
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