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A REVISTA DAS BEATS

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SEPULTURA Antes do Fim

Atualizado: 30 de jan.

Artigo de Antonio Pock Marques, o Novato do Lado Direito do Palco


Antes do Fim pode nos dizer muito sobre o momento atual.

Um dos álbuns mais conhecidos da Dorsal Atlântica, que entre tantos títulos, tem em seu currículo ter sido inspiração para dois irmãos montarem uma banda.


Após assistirem o show do Queen, os irmãos Max e Igor começaram sua infinita pesquisa sobre o som pesado e acabaram em um show da Dorsal. Ao ver eles no palco pensaram: podemos fazer isso também.


Esse é o embrião do Sepultura, banda que se despede em 2024 dos palcos, mas que já teve o seu FIM decretado várias vezes na carreira.


O início do Sepultura é confuso assim como o de muitas bandas. Ensaios precários com amigos da rua e da escola com a formação que rolava na hora e logo de cara uma primeira mudança. Wagner é saído para a entrada de Jairo e então o Sepultura começa a ganhar a forma que nos trouxeram Bestial Devastation e Morbid Visions.


Jairo Guedz, Belo Horizonte, 1986. Foto Tuka Quinelli

E quando parecia que estava tudo bem, Jairo Guedz abandona a guitarra.

Aqui é o primeiro fim. Troops of Doom se torna o hino death metal nacional e muitos fãs ficam órfãos.


A entrada de Andreas Kisser leva a banda ao lançamento de 3 obras que trazem evolução técnica ao Sepultura. Schizophrenia, Beneath the Remains e Arise com riffs, solos, voz e gravações superiores ao que tínhamos até então no Brasil.


Andreas Kisser, Circo Voador/RJ, 1990. Foto: @Marcos Hermes

Na guerrilha, Max, Igor, Paulo e Andreas transformam o cenário nacional do metal atingindo o mundo inteiro, dizendo para todos que sim, é possível mesmo sem tomar banho (fuck Sodom) ganhar a noite em cima dos gringos.


Já nessa fase muitos falavam que o Sepultura verdadeiro era até o Morbid Visions. Outros até Beneath, já que Arise era muito mainstream para uma banda de metal.


Mas então a banda apresenta o que seria o segundo fim. O fim de ser maldito. Fim de ser vira lata. Chaos AD estremece o cenário mundial e se torna uma obra definitiva de riffs, velocidade, peso, raiva, gritos e bateria.


Bateria essa que seria (e é) tópico de discussão em shows, bares, casas noturnas. Misturar batuque com metal? Isso não existe. Aqui o Sepultura encontra o seu terceiro fim, que para estes fãs só se consolida com o lançamento posterior: o incrível ROOTS que chuta o balde e mostra que a banda estava mais viva do que nunca (e morta para os radicais).

Sepultura, 1992. Foto @Marcos Hermes

E quanto parecia que estava tudo bem, todos ficamos sabendo que não estava. Mais uma vez o FIM chega para todos.


Com a saída de Max Cavalera o renascimento vem após um ano com a entrada de Derrick Green nos vocais e o lançamento de Against. Against o FIM.

Afinal o fim não veio para a banda, mas para alguns (ou muitos) fãs.


Derrick no palco representa a luta contra tudo. Uma luta que somente agora nos parece óbvia e que inspirou tantos pretos e pretas a subirem no palco.

Derrick Green. Foto @Marcos Hermes

Quantos fins até agora? Quatro.


Passam-se 10 anos e Igor se despede da banda para a entrada de Jean Dolabella. Seria aqui o quinto fim? Para muitos sim, pois então não restou mais nenhum dos irmãos Cavalera na banda.


O Sepultura segue seu caminho, abrindo parcerias nunca antes pensadas como tocar com Les Tambours du Bronx e Zé Ramalho criando assim um novo apelido ZéPultura.


Se Jean Dolabella destruía na bateria, Eloy Casagrande chega com o mesmo desafio de ganhar espaço daquele banco que uma vez foi de um Cavalera que fez história (e decretou o fim) ao misturar os batuques brasileiros com os riffs do metal.


Eloy Casagrande, Rock in Rio 2017. Foto @Marcos Hermes

Nesse período a banda não teve um novo fim. Apenas as lamentações dos fins anteriores que tomam forma ano após ano ainda mais com provocações sobre o “verdadeiro Sepultura”.

O curioso aqui é definir o que seria o “verdadeiro Sepultura”. Seria o dos dois primeiros discos? Ou até Arise? Até Roots?


Max Cavalera ao sair da banda deu seguimento a pesquisa musical realizada em Roots com o Soulfly, se distanciando muito dos fãs mais antigos (isso em 1997).


Reatando com o irmão Iggor, criaram o Cavalera Conspiracy que trouxe a violência de riffs misturada com o groove e batida Soulfly. Isso tudo já tem mais de 15 anos e tours return de Roots, Arise, Beneath e agora Morbid Devastation trazem um "de volta ao passado" aos fãs (e delírio aos saudosistas).


Que fim nos levará isso tudo?


Chegamos então ao dia 8 de dezembro de 2023 na coletiva de imprensa convocada pelo Sepultura. Após os ótimos Machine Messiah e Quadra as apostas eram muitas.


Mas novamente, quando tudo parecia estar bem a banda anuncia sua despedida.

O Fim. Mas desta vez um fim declarado pela banda.


Renascidos diversas vezes e com muitas perdas de peso no caminho este é o momento de celebrar a vida através da morte.


Ainda assim as discussões na internet (e em palcos, bares e salas de jantar) seguem acaloradas. "No Cavalera, No Sepultura". "Max que fez sua escolha". "Faltou só uma parceria com a Anitta" (ainda dá tempo).


Dorsal Atlântica, Antes do Fim, 1986

Antes do Fim, da Dorsal parece prever muito o que aconteceu em todo este período.


Caçador da Noite (“Desde pequeno lhe mostraram o mundo / Que o povo americano quer construir / Desse mundo ele não encontrou nada / Nada serve para um mestiço sujo”), Inveja (“Por que o ser humano não consegue se ver livre / Não aprende com os erros do passado”) e Morte aos Falsos parecem um dicionário do que encontramos sendo cuspido aos quatro ventos.



O que nos resta?

Celebrar. Ir aos shows.

E sentir novamente aquele frio no peito quando a luz apaga e os RIFFS SOAM ALTO NO PALCO.

Summer Breeze Brasil 2023. Foto @welpenilha

O fim sempre abre espaço para um novo começo. Além disso o que é eterno nunca acaba enquanto o som estiver rolando alto nos rádios, celulares e plataformas dos fãs que jamais abandonaram o nosso Sepultura. SEPULTURA DO BRASIL.


Under a pale grey sky, WE SHALL ARISE!


O Sepultura anunciou sua tour de 40 anos e de despedida dos palcos. "Celebrating life through death" irá rodar o mundo nos próximos 18 meses sendo uma última oportunidade de ver a banda ao vivo.

No Brasil as datas marcadas são:


BELO HORIZONTE Data: 1 de março Local: Arena Hall JUIZ DE FORA Data: 2 de março Local: Estacionamento Cultural

BRASÍLIA Data: 9 de março Local: Arena Lounge

UBERLÂNDIA Data: 15 de março Local: Castelli


PORTO ALEGRE Data: 21 de março Local: Araújo Vianna CURITIBA Data: 22 de março Local: Live

FLORIANÓPOLIS Data: 23 de março Local: Arena Opus

SÃO PAULO

Data: 6, 7 e 8 de Setembro

Local: Espaço Unimed


Ingressos disponíveis na Eventim: https://www.eventim.com.br/artist/sepultura/





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